sexta-feira, 22 de abril de 2011

Que vontade

Acordei com vontade de dormir.
De dar um tiro no vento e depois engolir a bala.
De me deitar na grama, deixar as formigas e todos os insetos subirem em mim e sentir a vida em que eu piso.
De abrigar as histórias, as lendas, os romances ...
De tragar a miséria e soprá-la pra bem longe.
De aterrissar numa terra bem distante daqui. Distante das minhas alegrias, das minhas tristezas e prazeres.
De dormir e nunca mais acordar.
De acordar e nunca mais dormir.
De sonhar com outra realidade.
De realizar um sonho.
De mastigar todos os chocolates.
De amar todos os amores.
De sofrer por todas as paixões.
De segurar a mão de todos os órfãos.
De dividir meu pão com os famintos.
De abraçar os desolados.
De dormir olhando as estrelas.
De ler aquele livro.
De ouvir aquela música.
De estar com aquela pessoa.
De tocar piano.
De sumir.
De me encontrar.
De me conhecer.
De me conhecer.
Acordei com vontade de dormir.

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